
Levantamento da subsede em Piracicaba da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de Ensino do Estado de São Paulo) mostra que mais de 60% dos professores da rede estadual de ensino da cidade aderiram, ontem, 29, ao dia de protesto convocado pela entidade em defesa de reajuste salarial de 33,24% à categoria e contra a aprovação da chamada nova carreira para o magistério paulista. Para pressionar deputados governistas contra o PLC 3/2022, que tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo, a entidade realizou assembleia em frente à Casa e não descarta a possibilidade de greve.
A presidenta da Apeoesp, deputada estadual Professora Bebel (PT), defende o desmembramento do PLC 3/2022, que está na pauta de discussão da Alesp. Um grupo de mais de 70 professores de Piracicaba partiu da Apeoesp com destino à Alesp para participar da assembleia. A categoria reivindica reajuste salarial de 33,24% aos professores, o que assegura o cumprimento do piso nacional do magistério no Estado de São Paulo e a retirada da proposta de criação da chamada “nova carreira”.
Bebel (PT) explica que o governo, conforme o PLC 3/2022, quer atrelar o reajuste de 10% à criação da nova carreira, mas que, na realidade, significa o desmonte da carreira. “Perderemos quinquênios, sexta-parte e outros direitos”, disse. Além disso, ela pontua, a categoria passará a trabalhar mais 14 horas semanais nas escolas, sem aumento salarial correspondente. Já o subsídio inicial de R$ 5 mil será corroído pelo aumento dos descontos, com o professor, na prática, recebendo pouco mais de R$ 3.700,00, além do que o tempo de serviço e experiência não serão fatores evolutivos e os professores levarão 28 anos para chegar à 11ª referência, no total de 15, fazendo provinhas e avaliações subjetivas.
“Já os professores temporários (categoria O) serão enquadrados compulsoriamente na referência 1 quando da renovação dos contratos e ficarão estagnados, sem evolução e sem carreira, recebendo no máximo pouco mais de R$ 3.700,00 e trabalhando mais”, explica.