Barjas Negri
No final de 2021, foi lançado na livraria Cultura, do Shopping Iguatemi em São Paulo, o livro “O novo municipalismo” de autoria e coordenação do secretário de Desenvolvimento Regional do Estado, Marco Vinholi. São vários os coautores e tive a oportunidade de escrever o artigo “A nova regionalização de São Paulo”.
No artigo, procurei mostrar a transformação da economia interiorizada que se industrializa mais, moderniza seu setor de serviço e passa a ter uma agropecuária moderna, diversificada e competitiva, com grande presença no mercado internacional. As cidades crescem e os serviços administrativos públicos vão se instalando no interior paulista, como hospitais, escolas, universidades, Fatecs, Etecs, AMEs, Poupatempo, Deinters e CPIs, BAEPs, presídios, Centros de Detenção Provisória e unidades da Fundação Casa.
As rodovias passam a ser duplicadas, modernizadas e prolongadas, reduzindo a distância entre as cidades e criando núcleos centralizadores liderados por cidades médias e outras acima de 100 mil habitantes. Desde os anos 1970 vários foram os planos estaduais que auxiliaram nessa empreitada e planejaram uma descentralização econômica rumo ao espaço interiorizado.
A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) foi criada em 1967 e não e demais lembrar que em 1970 era responsável por 75% de toda produção industrial do estado de São Paulo. Com apoio, incentivos e planejamento, o Interior passa a atrair expressivos investimentos industriais e de serviços, que aos poucos promovem uma desconcentração da RMSP, até que em 1998 a indústria do interior chega a 50% de toda produção industrial paulista. Isso ocorre de forma mais acentuada no espaço muito próximo da RMSP que continua polarizando a economia paulista.
Com isso vão sendo geradas novas regiões metropolitanas, que passam a ser reconhecidas pela legislação paulista. Vamos chegar em 2021 com nove: São Paulo (1967), Baixada Santista (1990), Campinas (2000), Vale do Paraíba (2012), Sorocaba (2014), Ribeirão Preto (2016), São José do Rio Preto (2021), Piracicaba (2021) e Jundiaí (2021).
Essas regiões metropolitanas são compostas por 236 municípios, com extensão territorial de 77,6 km2 (31% do Estado), com população de 35,6 milhões de pessoas (80% do Estado e 27% do Brasil) e um PIB de R$ 1,9 trilhão (86% do Estado e 27% do Brasil). Por isso, essas regiões, por meio de suas principais lideranças, precisam cada vez mais planejar o seu desenvolvimento, reduzindo as disparidades sociais dentro de cada região, permitindo melhor qualidade de vida e um desenvolvimento sustentável.
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Barjas Negri, ex-prefeito de Piracicaba.