Por um projeto educacional para a nossa juventude!

Professora Bebel

 

O secretário Rossieli Soares assumiu de vez e de forma aberta o objetivo de destruir a educação pública no Estado de São Paulo.
Após quase três décadas de governos do PSDB no mais rico e populoso estado do país e aquele que temo maior número de estudantes matriculados, afirma que a educação brasileira é uma das piores do mundo, para justificar uma reforma do ensino médio que vai formar jovens exclusivamente para suprir demandas por mão de obra no chamado “mercado” de trabalho e para fomentar o “empreendedorismo” dentro de um modelo econômico que está extinguindo oportunidades para a juventude.
O “novo” ensino médio que o secretário lança com pompa e circunstância é muito velho. Remonta a um período em que a escola pública visava transmitir a seus estudantes o básico do básico, suficiente apenas para que pudessem cumprir as tarefas necessárias nas empresas e serviços nos quais eram contratados. Prosseguir estudos em nível superior era exceção no caso da juventude formada por filhos e filhas da classe trabalhadora. Alcançar cargos mais altos nas hierarquias do mundo do trabalho demandava um enorme esforço pessoal.
Pois bem, com uma nova nomenclatura, na qual podemos encontrar “protagonismo juvenil”, “itinerários formativos”, “competências e habilidades” e outros jargões do novo linguajar tão caro aos neoliberais, a reforma do ensino médio faz a educação brasileira caminhar para trás. A partir do segundo ano do ensino médio, os estudantes escolherão entre o pouco e o quase nada em termos de formação educacional.
No lugar das matérias fundamentais para a formação de qualquer cidadão ou cidadã que pretenda ter condições de decidir o seu próprio destino (como história, geografia, biologia, física, química, artes, filosofia, sociologia), entram quinquilharias e cursos pseudo profissionalizantes, como criação de games, técnico em turismo, técnico e administração etc. Claro, o ensino técnico-profissional é fundamental, mas não com esse nível de rebaixamento curricular e sem destruir a formação geral básica indispensável para nossa juventude.
Nós vamos resistir. Vamos debater nas escolas com os professores, funcionários, conselhos de escolas, comunidades, para que resistam ao rebaixamento do ensino médio feito por um governo em fim de mandato. E o Estado de São Paulo precisa de um projeto educacional para a juventude, mas nada podemos esperar dos governos que aí estão.
É fácil para o ex-ministro do governo golpista de Michel Temer fazer determinadas afirmações, pois foi ele mesmo o responsável pela famigerada “reforma do ensino médio” e também por impedir que as diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação no governo do PT fossem levadas à prática.
Os brasileiros e os paulistas contam os dias e as horas para que finalmente acabem esses governos destruidores de Bolsonaro e Doria e para que possamos retomar o caminho da construção de uma nação que forme nossos jovens para a cidadania e para a vida que escolherem e não o destino imposto por um sistema movido unicamente pelo lucro.
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Professora Bebel, presidenta da Apeoesp, deputada estadual, líder da bancada do PT na Alesp

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