
Somente em outubro, 6.719 pessoas deixaram de comparecer a unidade sem prévio aviso; importante que o paciente esteja em contato com a Saúde
O número de faltas em consultas médicas (absenteísmo) na Rede de Atenção Básica segue elevado. De janeiro a outubro, foram 246.497 consultas agendadas e, deste total, 65.669 pessoas não comparecem no dia marcado e nem comunicaram as unidades onde receberiam o atendimento – UBS (Unidade Básica de Saúde), CRAB (Centro de Referência da Atenção Básica) e USF (Unidade de Saúde da Família) – para que outro usuário pudesse ser chamado em seu lugar. Dessa forma, em 2021, 26,6% das agendas foram desperdiçadas pelos usuários do sistema público de saúde.
Por mês, a Atenção Básica disponibiliza uma média de 24,6 mil agendas para consultas clínicas na rede, entre janeiro e outubro, uma média de 6,56 mil consultas/mês foram inutilizadas, número que equivale a 26% de absenteísmo. Somente no mês de outubro, foram agendadas 25.117 consultas e, deste total, 6.719 pessoas não compareceram.
De acordo com a coordenação do Departamento de Atenção Básica (DAB), o problema é grave, principalmente em período de crise financeira e da pandemia, pensamento partilhado também pelo secretário de Saúde, Filemon Silvano. “Não faz sentido desperdiçar tantos recursos assim, quando deveriam ser potencializados pela população. A rede sempre teve déficit de médicos e, neste momento de pandemia, não é diferente. Estamos trabalhando para regularizar este problema, mas precisamos que a população também colabore e compareça às consultas agendadas”, enfatizou.
Segundo Silvano, a falta acarreta ociosidade, em seguida, rotineiramente, o paciente que faltou procura a unidade de saúde alguns dias após sua falta solicitando encaixe, acarretando sobrecarga no sistema. “E isso onera o sistema público, pois gasta-se com duas consultas para um único paciente, além disso, retarda o atendimento a outro usuário. É importante reforçar que, por mais que os funcionários orientem a necessidade do munícipe de avisar em caso de falta, os pacientes não ligam, não avisam da falta. Se houvesse aviso da desistência poderíamos tentar fazer um encaixe de outro paciente que necessita da vaga”, relata.
Ainda, segundo Filemon, esta é uma situação em que todos saem perdendo. “As equipes de saúde orientam e fazem um bom trabalho de conscientização junto à população, mas nem sempre surte o efeito esperado já que aquele paciente que falta a consulta vai continuar precisando do médico e voltará à unidade de referência para marcar nova agenda, porém percebe que terá que esperar ainda mais tempo para ser atendido, já que ele pode ir para o final da fila”, ressalta.
A Secretaria de Saúde realiza continuadamente trabalho de conscientização junto aos usuários do SUS para minimizar os impactos e reduzir o número de absenteísmo na rede pública.