Qual é a nossa nesse mundo de meu Deus?

Antonio Lara

 

Estive pensando, quem de fato sou eu? Qual é a minha? Pois, ao que parece, diante das agruras humanas, já não sei mais qual é o verdadeiro papel no cenário geral da existência humana. O que devo fazer e o que devo dizer, neste hospício, nesta torre de babel onde cada um monta um teatro à parte.

Sim, qual é minha? O que permeia o meu pensamento? Será que penso e tenho interesse, por exemplo, no presente momento da vida brasileira, notadamente da vida política partidária em que pontifica o grotesco, a mediocridade de pensamento e, a ausência de homens e mulheres com perfil de estadistas. Qual é minha relação a esta famigerada classe política, onde se revela na essência aquela máxima de que o homem é um ser radicalmente corrompido. Em outras palavras: classe política vaidosa que tudo corrompe, em tudo penetra e tudo reduz a um irremediável domínio das paixões viciosas.

Qual é a minha visão, sobre a educação vigente no Brasil, em todos os níveis? Afinal, continuamos enquadrados na antiga assertiva de Anisio Teixeira (1900-1971): “Jamais fizemos da educação o serviço fundamental da republica”. Anísio Teixeira (jurista educador e escritor) diz ainda, que a “Democracia é, literalmente, educação. Há entre os dois termos, uma relação de causa e efeito. Numa democracia, pois, nenhuma obra supera a educação. Haverá, talvez, outras aparentemente mais urgentes ou imediatas, mas estas mesmas pressupõem, se estivermos numa democracia, à educação. Com efeito, todas as demais funções do Estado democrático pressupõem a educação. Somente esta não é a consequência da democracia, mas a sua base, o seu fundamento, a condição mesma para sua existência.”

Qual é a minha em relação a atual ética digital. Em como conciliar os valores de uma jovem cibercultura (tecnologia, informação, sociedade e seus valores) a uma sociedade conservadora e ainda analógica.

Qual é a minha opinião sobre a situação socioeconômica que caracteriza tão fortemente o nosso século? Não apenas por causa das visíveis e gritantes contradições entre cidades que revelam a sofisticação e os parâmetros de Primeiro Mundo com seus abundantes  recursos e exacerbado custo de vida, em contraste com as nossas cidades de qualidade de vida própria de países de Terceiro Mundo, que não conseguem esconder os seus pobres, porque são muitos ou quase todos, que convivem com a dor e a fome que os impelem para as ruas desesperado desejo de saciá-la.

Qual é a minha e qual é da raça humana? Qual é a nossa neste mundo de meu Deus?

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Antonio Lara, articulista; [email protected]

 

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