Portas trancadas para o futuro

José Osmir Bertazzoni

 

Estamos chegando aos festejos de Natal e virada de ano, faltam-nos aproximadamente 65 dias para iniciarmos 2022. Em um período difícil, em razão da cruel pandemia do Coronavírus, tivemos mais de 600 mil mortes que poderiam ter sido evitadas se a vacinação tivesse seguido fluxo normal no processo de aquisição pelo governo federal — esse apático “militar de pecúnia” desequilibrado e seus filhos oportunistas — e tivessem eles tido o mínimo necessário de visão dos efeitos devastadores provocados pelos seus ministros, todos empresários, milionários os quais nunca entenderam as necessidades sociais do povo brasileiro.

O Relatório de Mercado Focus, divulgado este mês, mostrou manutenção na previsão para a mediana de Produto Interno Bruto (PIB) em 5,04%, no ano de 2021 — mesma estimativa de quatro semanas atrás. Para 2022, a previsão de expansão do PIB passou de 1,57% para 1,54%. Quatro semanas atrás estava em 1,72%.

Nenhuma economia resiste a esses números sem cortes de gastos, e as consequências causam mais sofrimentos para nosso povo. O Posto IPIRANGA (Paulo Guedes) já teve suas chances de mostrar conhecimento na economia e neste vestibular foi reprovado com nota zero (0), ilações infundadas e ações regressivas nivelaram por baixo a sobrevivência da nossa gente.

Vivemos a destruição do sistema trabalhista herdado de Getúlio Vargas, vivemos também, nesse mesmo período, a destruição do nosso sistema previdenciário de proteção social aos trabalhadores deixado por Eloy Chaves, entramos no mundo da pejotização e uberização como alternativa para suprir o desemprego em massa no país, hoje já estamos com taxa recorde, o país se aproxima de 15 milhões de desempregados e 6 milhões de desalentados. Em São Paulo, a taxa média de desemprego manteve-se no nível recorde de 14,7% no trimestre encerrado, segundo o IBGE. Agora, o número de desempregados é estimado em quase 15 milhões (14,761 milhões).

Em dois anos de governo do atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), a capacidade de compra dos brasileiros teve redução expressiva. Conforme apurado, neste mesmo período, nos anos de 2019 e 2020, houve uma redução significativa da capacidade de compra dos brasileiros, chegamos à expressiva marca 32,56% de aumento no custo da cesta-básica de gêneros necessários (alimentícios) para sobrevivência das famílias mais vulneráveis. Isso porque, com apenas R$ 100,00 no bolso, em janeiro de 2020, o consumidor brasileiro que ia ao supermercado conseguia sair do estabelecimento com cerca de 11 produtos (o básico, como arroz, feijão, açúcar, café, talvez um quilo de carne de primeira, pão francês, queijo muçarela e, até mesmo, um pacote de biscoito recheado).

Os preços se elevaram bastante, requerendo que o consumidor brasileiro agora, com o mesmo R$ 100,00 reais, compre apenas 4 ou 5 itens e não consegue pôr na despensa alimentos necessários para um ou dois dias.

Para quem o Brasil está dando certo? A culpa foi da pandemia, da economia? Das reformas constitucionais ou do Posto Ipiranga?

Em 2022, por certo, teremos um ano difícil novamente, com o PIB retraído e a dependência do país na exportação de commodities, o que retira da nossa indústria o protagonismo dos produtos manufaturados — a indústria de transformação está falindo e o comércio segue o mesmo ritmo. Não enxergamos a luz no fim do túnel e nosso rico país se rende à incapacidade e à inoperância político-administrativa.

Que venham as eleições e que nosso povo esqueça os seriados americanos em que os militares são sempre os heróis… deixem de esperar a gloriosa Sétima Cavalaria.

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José Osmir Bertazzoni, advogado, jornalista; e-mail: [email protected]

 

 

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