José Osmir Bertazzoni
Walter Elias Disney, conhecido como Walt Disney (Chicago, 5 de dezembro de 1901 — Los Angeles, 15 de dezembro de 1966), nos deixou mensagens inspiradoras e personagens amigáveis como características marcantes em todos os seus clássicos.
Da personagem inocente de Disney para a personagem original de Pinóquio escrita por Carlo Collodi, pseudônimo de Carlo Lorenzini (Florença, no dia 24 de novembro de 1826 e viveu na mesma cidade até 26 de outubro de 1890), foi um jornalista e escritor italiano do século XIX, famoso por haver criado “As Aventuras de Pinóquio” com uma versão mais verossímil do mentiroso.
Em versão completamente diferente da animação de 1940, o Pinóquio original, de Carlo Collodi, é marcado por manipulação, tragédias e violência.
Na versão da Disney este clássico que ganhou animação em 1940, Pinóquio se afigura em um boneco lapidado em madeira sobre o talento de um carpinteiro chamado Gepeto, assim, com sua capacidade de falar e se movimentar como humano, acaba se metendo em várias confusões por não ouvir conselhos nem de seu criador, nem do seu melhor amigo, o Grilo Falante. O nariz do Pinóquio (boneco de madeira) cresce em cada mentira que conta buscando esconder suas travessuras.
O pequeno boneco de madeira quer se transformar em um humano (menino de verdade), imitando a vida. Para ter esse desejo realizado Pinóquio necessita deixar de ser mentiroso e se transformar em alguém leal, justo e respeitoso.
Em um “gran finale” na trama, ele termina por salvar seu criador engolido por uma baleia e, por fim, ajudado pela Fada Azul, Pinóquio acaba tendo sua vontade realizada se tornando humano.
Em forma diferente, na versão de Carlo Collodi o livro das Aventuras de Pinóquio, de 1883, é um compilado de tirinhas que foram publicadas em forma de seriado em um jornal italiano.
Na trama original, Gepeto ganha um presente inusitado: um pedaço de madeira falante. Então, decide dar vida a essa peça inanimada e esculpe Pinóquio.
O velho carpinteiro Gepeto sonhava em ter um filho para amar e cuidar e, infelizmente, acaba se decepcionando. Durante a manufatura, antes de concluir as peças do boneco, ele já começará a se comportar muito mal. Em um certo momento Pinóquio chuta o nariz de Gepeto logo após ganhar pernas. Pinóquio era rebelde, violento, agressivo e não ouve conselhos de ninguém, nem mesmo do seu criador.
Com muita diferença da versão de Disney, o Pinóquio de Carlo Callodi se irrita quando o Grilo Falante busca aconselhá-lo a ser menos rebelde e agressivo e o acerta com um martelo na cabeça, causando a morte do amigo.
Na versão de Callade, Pinóquio é pego e amarrado por seus opositores (inimigos), levado em uma árvore e enforcado de forma violenta.
Com esse final aterrorizante, Collodi recebeu centenas de críticas de leitores e decidiu lançar um novo personagem para acompanhar e instruir Pinóquio, a Fada Azul, dando uma nova conclusão à trama. A Fada usa seus poderes mágicos para trazer o boneco de volta à vida, mas, Pinóquio não aprende a lição e volta a mentir, como um menino de verdade.
A moral da história
Na animação do clássico da Disney, a moral da história é que a mentira gera consequências maléficas, devemos respeitar os pais.
“Pinnochio” significa pinhão, no italiano falado na Toscana, que consiste em um pedaço de madeira não totalmente esculpido, isto é, que não está pronto.
Nos quadrinhos de Collodi mostra que Pinóquio, embora não seja um menino de verdade, possui muitas características humanas negativas. Não respeita seu pai, não ouve conselhos, se mete em confusões, mente e foge de suas responsabilidades, porém, no final da história, percebe seus erros, se arrepende e termina como uma pessoa melhor.
Na nossa moral da história todo mentiroso exposto as suas próprias mentiras são como a fumaça ao vento, basta um único sopro e tudo aparece (le bugie hanno le gambe corte).
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José Osmir Bertazzoni, jornalista, advogado