
O programa Parlamento Aberto reuniu Jhoão Scarpa, do mandato Coletivo “A Cidade é Sua” (PV), e Anselmo Figueiredo, presidente do Conselho Municipal LGBT de Piracicaba, em live nesta segunda-feira (28), Dia Mundial do Orgulho LGBT. Os entrevistados frisaram a importância de ações concretas para avanço das conquistas LGBT.
“Eu só acredito na mudança através de ações”, disse Figueiredo. O presidente do Conselho Municipal LGBT apontou para iniciativas de prevenção à homofobia, como a Parada Gay, realizada na cidade desde 2007. “A Parada precisa ser interpretada como uma ação cultural”, disse.
Jhoão Scarpa pontuou que os atos do Mandato Coletivo “A Cidade é Sua” relacionados à comunidade LGBT visam fortalecer e dar continuidade às ações que já existem. “Precisamos de ações efetivas, ações de políticas públicas, de prevenção, que exigem respeito. Não preciso pedir que me respeitem, mas exigir que me respeitem”, declarou. O covereador falou da importância do apoio dos demais parlamentares para aprovação de políticas públicas. “Temos que levar essas discussões para dentro da Câmara”, disse.
Anselmo Figueiredo destaca que a aprovação de políticas públicas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é resultado das lutas da comunidade LGBT. “Ainda temos muitos direitos que não são garantidos por causa da nossa orientação sexual”, disse. O presidente do Conselho ressaltou a necessidade de recursos destinados à área da educação, saúde, cultura, entre outras, para a concretização de políticas públicas.
O entrevistado falou sobre a importância da conscientização sobre a homofobia. “Em Piracicaba, isso (a homofobia) está crescendo, sentimos isso na ONG”, disse o entrevistado, que contou sobre o atendimento de casos de violência familiar contra pessoas LGBT.
Jhoão Scarpa declarou que pessoas fora da comunidade LGBT também devem reforçar pautas contra homofobia e cobrar direitos. “É preciso ter coragem (…) a pessoa pode usar essa posição (legislador) para contribuir, precisa ser coerente com o discurso”, falou. O covereador ainda repudiou piadas homofóbicas: “um meme que incita violência pode ter consequências graves”, disse.
Figueiredo também falou sobre o impacto da representatividade LGBT na sociedade e lembrou a representação de homens gays em programas de humor. “Nunca gostamos desse estigma”, disse. Ele relembrou a história do dia 28 de junho, quando gays, travestis e lésbicas foram presos, em Nova York, em decorrência da lei que proibia a reunião de pessoas LGBT em espaços públicos, revogada em 1966, nos Estados Unidos.
Sobre o ato em apoio à comunidade LGBT realizado pelo Vasco da Gama no domingo (27), quando jogadores seguraram a bandeira LGBT, Figueiredo frisou que a iniciativa é importante, mas que o futebol ainda é “extremamente machista, antes de ser homofóbico, onde pessoas usam xingamentos às mulheres e às mães dos jogadores”, disse. “As pessoas colocam a homofobia para fora do armário, houve alguns avanços, mas ainda tem muito problema”, falou.