Santa Casa de Piracicaba alerta sobre mortalidade materna

Santa Casa realiza uma média mensal de 180 partos – Foto: Divulgação

No Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, 28 de maio, a Santa Casa de Piracicaba lembra que a maioria das mortes de mulheres durante a gravidez ou até 42 dias após o parto pode ser evitada. “Em algumas situações clínicas, porém, a morte materna é inevitável, a exemplo de algumas cardiopatias; mas mesmo nesses casos, o acesso à orientação e à contracepção, que nem todas as mulheres têm, pode reduzir esses óbitos”, considera a enfermeira Camila Guerrero, coordenadora da Maternidade da Instituição.

Segundo ela, apesar dos avanços nesta área, como a redução de 30% na taxa de mortalidade materna do ano 2000 aos dias atuais, devido sobretudo ao maior acesso a serviços de saúde, o Brasil ainda está longe de atingir as metas propostas pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.

“A meta brasileira é 30 mortes maternas a cada 100 mil nascidos vivos até o ano de 2030; porém, segundo dados do Ministério da Saúde, o País tem em média 62 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos”, disse Camila, lembrando que o limite tido como aceitável pela OMS é de 20 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos.

A enfermeira explica que as mortes maternas estão relacionadas sobretudo à pressão alta, hemorragias e infecções. Alguns especialistas associam a mortalidade materna também à alta taxa de cesáreas no País.

Camila cita outra condição agravante, que é a atual pandemia. “Não se sabe ainda o impacto que o novo coronavirus trará, mas há expectativa de aumento do risco de mortes maternas, seja pela associação da gestação à infecção pelo Sars-Cov-2 como pelas demoras no acesso e busca aos serviços de saúde”, considerou.

A enfermeira comemora os números na Santa Casa e revela que, nos últimos três anos, a instituição, que realiza uma média mensal de 180 partos, registrou apenas uma morte materna, decorrente de complicações pós-parto relacionadas a distúrbio de coagulação.

Camila atribui o bom resultado ao perfil da Santa Casa de Piracicaba, que é hospital de referência regional em partos de alto risco, em que a gestante apresenta intercorrências na gestação que podem interferir na vitalidade do bebê e na saúde materna.

“Trabalhamos de forma muito próxima à Secretaria Municipal de Saúde, acionando o Pacto Pela Redução da Mortalidade Infantil por meio de ações de acompanhamento e orientação às mães em casos de risco de desmame precoce, redução do vinculo mãe/bebê, usuárias de drogas e gestantes que não fazem o pré-natal”, disse.

Outra ação da Santa Casa relaciona-se à alta responsável do bebê. Segundo a coordenadora, isso significa que todos os exames recomendados pelo Ministério da Saúde são  realizados antes da alta hospitalar, a exemplo dos exames do olhinho para diagnóstico precoce da retinoblastoma; do coraçãozinho, realizado com 24 horas de vida do bebê afim de detectar patologias cardíacas;  da linguinha para avaliar a sucção motora do bebê e outras especificidades relacionadas  a funções oral; da orelhinha para detectar preventivamente problemas relacionados a audição; e do pezinho, para verificação das várias patologias relacionadas a problemas de metabolismo e à genética, entre outros.

“Além desses exames, todos os bebês têm alta apenas após receberem as vacinas BCG e Hepatite B, trazendo benefícios de imunização com relação à prevenção de doenças”, observou Camila.

 

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