
Para a presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a deputada estadual Professora Bebel (PT), a mobilização em defesa da educação realizada ao longo dos últimos dias levou o Senado Federal a desistir de votar o Projeto de Lei L 5595/2020, do governo federal, que, na prática, estabelecia as aulas como serviço essenciais, o que impunha a volta às aulas presenciais mesmo em plena pandemia do coronavírus. Bebel, inclusive, produziu um áudio encaminhado aos 81 senadores da República, apelando para que a propositura não fosse votada.
“Com certeza, a mobilização em defesa da educação como direito social e contra a tentativa do governo Bolsonaro de caracterizá-la como serviço essencial para forçar a volta às aulas presenciais em todo o Brasil foi vitoriosa. Agora, o Senado irá realizar uma sessão de debates sobre uma estratégia nacional para o retorno seguro”, ressalta.
A bancada do PT na Câmara Federal e 113 entidades inclusive chegaram a se reunir com o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, para que defendesse juntos aos seus pares que o projeto de lei 5590/2020 fosse retirado de pauta.
Para deputada professora Bebel, a posição e apoio do presidente do Senado foi fundamental para evitar a aprovação da propositura no Senado Federal, o que é muito importante para a luta da categoria.
SÃO PAULO
Já em São Paulo, apesar do marketing do governador João Doria (PSDB), Bebel está cada vez mais claro que o governo paulista realiza uma política genocida no Estado de São Paulo. Isso se evidencia de forma clara no modo como o seu secretário da Educação, Rossieli Soares, impõe insistentemente as aulas presenciais. “Para isso, manipula dados, com o objetivo de tentar esconder as consequências de seus atos”, diz.
Bebel diz que o registro de 39 óbitos na educação, divulgado pelo governo paulista através da imprensa “é absolutamente irreal”. Levantamento da Apeoesp aponta números muito maiores: 86 mortes, entre profissionais da educação e estudantes, num total de 2428 casos de covid-19 somente nas escolas estaduais, desde o dia 3 de fevereiro de 2021.