
Levantamento da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) revela que, desde o retorno dos professores às escolas, por determinação do governo estadual, 2424 profissionais da educação contraíram covid no Estado de São Paulo, sendo que 84 foram a óbito, um deles em Piracicaba, a do professor Luiz Augusto Furlan Camba, dia 22 de abril, que estava autuando na Diretoria Regional de Ensino. O levantamento, com dados do final da tarde desta última segunda-feira, 3 de maio, mostra que em Piracicaba 34 professores contraíram a covid, além de nove funcionários e três alunos, sendo que dois estão com suspeita. Esses dados são de um total de 40 escolas das 68 consultadas, uma vez que 8 não atenderam os telefonemas e 20 se recusaram a passar os dados.
Para tentar evitar a proliferação da doença, a presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel, desde o início da pandemia se posicionou contrária às aulas presenciais. “Aprendizagem se recupera, vidas não!”, defende a líder dos professores. Para a presidenta da Apeoesp, as escolas estaduais não estão preparadas para o retorno das aulas presenciais, o que deveria ocorrer somente com a vacinação de todos os profissionais da educação e com o controle da pandemia. “O Estado determinou a vacinação dos professores acima de 47 anos de idade, mas a maioria tem menos idade”, ressalta.
Com base em estudo realizado pela Apeoesp, Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), apresentado em agosto do ano passado, revelando que 99% das unidades escolares não possuem enfermaria, consultório médico ou ambulatório, enquanto que 82% das escolas estaduais não têm mais de dois sanitários para uso dos estudantes; 11% das escolas estaduais não têm pátio, 13% não têm quadra, ginásio ou campo de futebol; 79% não possuem vestiário e 48% das unidades escolares não têm sanitário acessível para pessoa com algum tipo de deficiência, Bebel diz que as escolas não estão preparadas para a volta das aulas com segurança. “Esse levantamento colocou em números o que nós, professores, sabemos há muito tempo: a infraestrutura das escolas da rede estadual paulista é precária. Isso já era extremamente prejudicial para o processo pedagógico. Agora, em plena pandemia, passou a ser perigoso”, enfatiza.
A presidenta da Apeoesp critica a determinação do secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, para o retorno dos professores às escolas, no fim de janeiro, para planejamento do ano letivo, e o retorno das aulas presencias em 8 de fevereiro, com no máximo 35% dos alunos, percentual que nunca passou dos 5%, na média, conforme levantamento da própria Apeoesp.
A Apeoesp também conseguiu na Justiça sentença proferida pela juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da nona vara da fazenda pública da capital paulista, em 9 de março último, em conjunto com outras entidades da educação, suspendendo as aulas e atividades presenciais nas escolas de educação básica do Estado de São Paulo, mas que o governo estadual insiste em desrespeitar.