Natalia Mondoni
“Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho”. Passei por essa frase esses dias e fiquei pensando sobre o trecho “é impossível ser feliz sozinho.” Este trecho, se analisarmos friamente, nos diz que não conseguimos obter a nossa felicidade sem ter alguém ao nosso lado, ou seja, a palavra impossível dá a tônica, neste contexto, de que de fato precisamos estar com alguém, amorosamente falando. Mas, será que é isso mesmo? Devemos, sobretudo, condicionar a nossa felicidade em alguém, ou a algum relacionamento?
Estas questões são frequentes nos atendimentos e atingem em cheio as pessoas, tanto àquelas que possuem um relacionamento, por conveniência ou pelo padrão que muitas vezes nos é imposto pela sociedade, mas não fazem ideia do porquê estão ali. Aquelas que já enxergam que aquele relacionamento não faz mais sentido ou parte da sua vida, mas não sabem como continuar a vida sem ele existir. E, por fim, as pessoas que não possuem um relacionamento, que desejam (ou não) estar em um relacionamento, mas não encontram um rumo a seguir, ou que sempre precisam justificar algo para alguém, por estar nesta condição. Quando entendemos que a nossa felicidade, nossos propósitos e objetivos estão condicionados exclusivamente a alguém, precisamos nos perguntar, primeiramente, onde nós estamos nesta situação. Por que nos negligenciamos, nos anulamos, tentamos nos encaixar? Estas são algumas perguntas a serem feitas…E, na minha visão, podemos pensar que, ali na frase do Tom Jobim, quando ele diz que é impossível ser feliz sozinho, pensamos em como precisamos do contato e das relações humanas. Mas que podemos sim, ser felizes sozinhos, se for isto que estiver em consonância com o que desejamos realmente para a nossa vida. E que a solidão, muitas vezes, está presente até em quem está em acompanhado…
Olhar para dentro de nós e nos questionar o que de fato nós queremos, coisas que nos fazem felizes e que fazem sentido para nós. São essas coisas que vão nos preenchendo e dando sentido a nossa vida, individualmente. Para, enfim, quem sabe, nos permitirmos dividir lindamente a nossa trajetória com alguém.
Faz sentido para você? Com carinho,
______
Natalia Mondoni, psicóloga ;Instagram @psinataliamondoni