A Apeoesp e o Sindicato dos Municipais de Piracicaba promoveram na tarde de sexta (5) ato público em frente ao Edifício do Centro Cívico, quando protestaram contra a volta às aulas presenciais na cidade, tanto na rede municipal como estadual de ensino, a partir da próxima segunda (8). Uma comissão de professores e lideranças, liderada pelo diretor do Sindicato dos Municipais de Piracicaba, Osmir Bertazzoni, e pela deputada estadual Professora Bebel (PT), foi recebida pelo secretário de Governo, Carlos Beltrame, na entrada da garagem do prédio do Centro Cívico, que se comprometeu a levar a posição contrária ao retorno das aulas presenciais no município ao prefeito Luciano Almeida (DEM). “Estamos dispostos a nos reunir a qualquer hora, inclusive nesse fim de semana para discutirmos isso”, falaram Bertazzoni e Bebel.
Carregando faixas, bandeiras e cartazes, os participantes tomaram a rampa de acesso ao Centro Cívico e utilizaram carro de som para repudiar o retorno das aulas presenciais, uma vez que na rede municipal de ensino já foram contabilizados 197 casos de professores e funcionários da educação contaminados pela covid-19. “Nesse momento, temos que preservar vidas. No Estado também já contabilizamos 147 casos e há muitos outros suspeitos. Com o retorno das aulas presenciais, com certeza, a situação só deverá se agravar. Aprendizagem de recupera, vidas não!”, disse Bebel.
Osmir Bertazzoni informou durante a manifestação em que foram utilizados dezenas de balões negros, para simbolizar as vidas já perdidas em função da covid-19, que o Sindicato dos Municipais ingressou na Justiça para tentar garantir liminar visando impedir que os professores sejam obrigados a voltarem a dar aulas presenciais. “A volta das aulas presenciais a partir de segunda-feira, só irá aumentar os casos, uma vez que haverá uma grande aglomeração nas escolas, que não estão preparadas para enfrentar esta grave crise sanitária. Os professores já estão nas escolas há 14 dias e os casos de covid dispararam na categoria”, disse.
A deputada estadual Professora Bebel ressaltou que o município tem a competência, inclusive, para impedir o retorno das aulas presenciais, tanto na rede municipal como estadual, inclusive havendo uma súmula nesse sentido do STF. “A prefeitura de Charqueada, por exemplo, decidiu só retornar com as aulas presenciais no município no próximo mês”, contou. Tanto ela como Bertazzoni defenderam que a Prefeitura utilize a TV Câmara e a Rádio Educativa Municipal para garantir aulas aos alunos que tem problemas com a internet.
A vereadora Raimunda de Almeida (PT), assim como a professora Samantha Maniero, diretora de Educação do Sindicato dos Municipais, e Leonor Peres, diretora estadual da Apeoesp, em defesa da vida, também condenaram o retorno das aulas presenciais, defendendo a manutenção das aulas remota. Segundo elas, as escolas da rede municipal, infelizmente, não estão preparadas para seguirem os protocolos de segurança estabelecidas pelas autoridades sanitárias.